Palavras da coral

O mundo viaja em corrente ardilosa
com ventos que assobiam  a guerra
o farol ilumina o mar
passagem de luas e céus estrelados.
O mundo viaja em correntes sem paz
os ventos assolam os caminhos em luz.
........
Teus olhos transparentes correm a noite
À deriva e em descoberta
Será que alguma luz os encaminhará?
Talvez olhando o rio...
chegando à sua foz
se abram fileiras, algodões doces, e
encham o céu de rosas vermelhas.
Teus olhos transparentes correm a noite
vagueam em sonhos
descansam em mim!
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.
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22/06/2006
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Hoje dispo-me de ontem,
Procuro o hoje,
Encontrando o amanhã!
As palavras rendilhadas
espalham-se por entre serras perdidas
separadas do mar!
Hoje visto-me de ontem,
não procuro o hoje
e de que interessa o amanhã?..
Buscas incessantes que se engolem
em orgasmos salgados que
caem na terra de ninguém!
São tantas procuras inférteis
de palavras rendilhadas
que acabam mortas
por entre serras perdidas
naturalmente… sem alimento!
Hoje desejo-me… Nua!

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A liberdade vagueia-te...
Que liberdade tens?
Onde a procuras?..
Deixa-te vaguear...
tem a sensação de liberto
porque jamais se possui
o que se não tem!
A liberdade onde a tens?
Eu apanho uma gaivota...
que chora ferida...
porque a liberdade lhe fugiu!
A liberdade vagueia-se...

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És a minha página escrita
entre o branco e o colorido,
num livro que te anseia!
És a minha página escrita
a meio da vida, entre o amor
decorrido, e o conseguido!
És a minha página segura
nesta publicação de espírito e corpo!
És a minha página delineada
Entre acentos agudos e graves,
substantivos, adjectivos, e tão
seguros dentro da minha alma!
És e serás sempre, a página
mais preenchida na minha vida!

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Palavras são como as uvas
à espera de serem colhidas,
são palavras rendilhadas
penduradas na videira!
São palavras feitas de mosto,
prontas a serem bebidas.
É nesta mistura bebível que
te apuro, te adorno, te anseio, e te trago!
As palavras são rendilhadas
num preceito de bilros, com enfeites
de corações quentes, voando nas asas
duma gaivota que neste mar planou,
descendo calmamente o teu rio!
Palavras são como as uvas
rendilhadas nas videiras!

©{{coral}}
03/06/2006
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